A PESQUISA

A Pesquisa

Para entender a memória do pescador, uma pesquisa recente entrevistou 396 pescadores em 24 pescarias do litoral do Brasil, no litoral do Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul. A pesquisa foi feita por Leandro Castello da universidade da Virginia Tech e 17 outros pesquisadores de várias instituições.

A pesquisa comparou a memória do pescador de capturas passadas com dados de monitoramento de desembarque de pescado, avaluando se a memória depende da idade do pescador e do tempo decorrido dos eventos de pesca recordado.

A memória do pescador é confiável?

A pesquisa mostrou que as memórias dos pescadores de capturas passadas são parecidas – mas não iguais – às capturas registradas pelos sistemas de monitoramentos de desembarque da pescado. As histórias de pescadores de capturas passadas são contos um pouco “esquecidos”. As memórias de capturas não são perfeitas porque os pescadores esquecem dos detalhes do passado, assim como todas as pessoas.

De maneira geral, quanto mais antiga é a memória, maior é a captura lembrada. O passar do tempo “aumenta” as memórias de capturas. A pesquisa também mostrou que, quanto maior é a idade do pescador, menor é a captura lembrada. A idade do pescador “diminui” as memórias de capturas. Assim, pra gerar dados confiáveis, o melhor é entrevistar pescadores jovens sobre a captura deles em anos recentes e pescadores idosos sobre a captura para anos antigos.

Usando o saber da pesca no manejo

Essa pesquisa reforça a importância do saber para o futuro da pesca. Ela mostra que pescadoras e pescadores têm muito a contribuir com o seu saber. As entrevistas com cada pessoa podem produzir dados para criar séries históricas de captura de pescado. Isso quer dizer que podemos usar as memórias de pescadores para saber a saúde e o passado das pescarias que carecem de informações. As pessoas que pescam, órgãos do governo, ONGs, e outras organizações da sociedade podem agora usar esse saber para tomar decisões e garantir o futuro dessas pescarias.

Veja um exemplo de como usar a memória para avaliar a pesca. Clique aqui

 

 

Foto: Enrico Marone